CEPESE CEPESE | CENTRO DE ESTUDOS DA POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE

A Câmara Municipal do Porto e a construção do espaço urbano da cidade (1820-1860)


1 | 2 | 3 | 9 | A | B | C | D | E | F | G | H | I | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | V | W


Anjo (Recolhimento), Edifício
1833-05-11
Dirigiu-se uma representação a Sua Majestade, na qual se pede que se digne reverter o Recolhimento do Anjo, com todas as suas pertenças, para a Câmara do Porto, "donde proviera, como público, o terreno em que fora edificado, a fim de se estabelecerem aí um mercado e um passeio público".
1833-05-21
Oficiou-se ao Rei, agradecendo-lhe a mercê que houvera por bem fazer à Câmara, do terreno e a livre doação do edifício do Recolhimento do Anjo, sua cerca e demais pertenças, a fim de se estabelecerem ali um passeio e um mercado público, revogando para aquele efeito o Alvará de 9 de junho de 1672.
1833-05-24
A Câmara ordenou ao Procurador da Cidade, e ao Escrivão desta Comissão Municipal que, em execução do decreto de vinte do presente mês, passassem ao edifício do Recolhimento do Anjo, sua cerca e pertenças, e tomassem posse dele em nome da Câmara.
1833-05-25
Dirigiu-se uma representação a Sua Majestade Imperial, na qual se lhe pede haja por bem mandar expedir as ordens precisas ao inspetor Geral da Saúde do Exército, ou a quem competir, para que, o quanto antes, se faça efetiva a posse que se pretende tomar do edifício do Recolhimento do Anjo, da sua cerca e pertenças, continuando a ficar, como até aqui, ao serviço do Hospital Militar, a parte que foi comprada por ele.
1835-01-21
Ofício de José Pedro Cardoso e Silva, major da Praça, requisitando em nome e por ordem do Governador das Armas que os dois médicos da Saúde Pública fossem mandados comparecer no Hospital do Anjo, para ali se proceder a uma vistoria e, juntamente com eles, os mestres das obras públicas.
¶ Mandou-se portaria para fazer demolir umas barracas de madeira que se achavam edificadas em terreno público defronte da Igreja de Nossa Senhora da Graça.
¶ A Câmara ordenou que se abrisse uma fonte no Largo do Laranjal, por ser de utilidade pública, rejeitando a oferta de Alexandre José Soares Veloso, que pretendia vender certa porção de água para a mesma fonte.
¶ Tomou-se em consideração a proposta do vereador João Manuel Teixeira de Carvalho para que se passasse a denominar, o Largo do Mirante, Praça do Coronel Pacheco, em memória do mesmo coronel. A proposta foi aprovada por todos, mas ficou para ser executada quando se tratasse de um plano geral a este respeito, "pois era necessário formar um quadro histórico que representasse as ações e heroísmos praticados no Cerco da Cidade, para assim perpetuar a memória de seus feitos; e que neste quadro geral entraria o sítio de que se trata".
1835-03-11
Ofício do Provedor do Concelho, a fim de se mandar vedar e tapar um telheiro, uma casa e um arco junto ao Recolhimento do Anjo "que se achavam abertos e devassos e servindo de coito aos que pretendessem atentar contra a segurança pública".
1835-12-09
Acordou-se que as vendedeiras da louça fossem removidas para a cerca do Anjo e "as dos porcos mortos para o fundo da Cordoaria" e que assim se participasse ao juiz eleito de Santo Ildefonso para o executar.
1836-03-30
Discutiu-se um novo método de empregar os presos da calcetaria nas obras públicas, com mais economia e proveito do que até agora, bem como ao modo de levar a efeito a obra de um mercado projetada na cerca do extinto Recolhimento do Anjo, sobre nenhum dos quais objetos se chegou a tomar definitiva resolução, por se carecer de esclarecimento do administrador do Concelho ou dos mestres-de-obras públicas, a respeito do segundo dos objetos mencionados.
1836-05-11
Portaria participando que ficavam à disposição da Câmara as duas tiras de terreno da cerca do extinto Convento do Carmo, para alargar a Viela do Carregal e alinhar a rua, ficando ela obrigada a levantar os muros por sua conta.
¶ Representação ao Governo reclamando a integral restituição do Recolhimento do Anjo.
¶ Acordou-se que se procedesse à construção das duas calçadas das ruas do Breyner e do Príncipe, até a Rua do Rosário, e se concluísse a obra do Passeio de S. Lázaro, na parte que respeitava a pedraria. Que se procedesse à arrematação destas duas empresas, e que ela se anunciasse para o dia 21 do corrente.
1836-10-08
Ofício do administrador geral do Distrito com data de 30 de setembro último, para que a Câmara informe circunstanciadamente que cemitérios públicos se acham estabelecidos, quais as povoações em que ainda não os há e as causas que para isso têm concorrido.
¶ Acordou-se que, de agora em diante, não se permitissem degraus de pedra ou de madeira fora ou aos lados das propriedades, sob pena de serem levantados e recolhidos à custa de seus donos, e de seis mil réis para os bens do Concelho, e que nesta conformidade se mandou afixar editais para que, dentro de 15 dias, os proprietários façam levantar e recolher os existentes, com a referida pena em caso de contravenção.
¶ Constando à Câmara que, o motivo de não se achar ainda desocupado o extinto Recolhimento do Anjo, era uma obra que exigia o médico do Hospital Militar, na importância de 200 a 300 mil réis, a Câmara resolveu adiantar essa quantia a fim de se lhe entregar aquele edifício desocupado e, nesta conformidade, se oficiasse ao administrador geral.
1837-10-07
Ofício do administrador geral participando consentir no arranque da árvore junto à fonte de S. João Novo, na cerca do extinto convento do mesmo nome, para que a Câmara a possa mandar arrancar.
¶ Aprovou-se o alinhamento da Praça do Carmo à esquina da Rua do Carmo, depois da vistoria de 4 do corrente sobre a propriedade de Jacinto António Garcia.
¶ Deliberou-se demolir o extinto Recolhimento do Anjo, em atenção ao adiantamento da obra do mercado público.
1837-11-04
Do Presidente da Câmara de Guimarães acusando a receção do ofício para a subscrição do monumento a D. Pedro e participando que ainda ninguém tinha subscrito. Do Cônsul em Barcelona, sobre o mesmo objeto, participando que empregaria todos os meios possíveis para levar a efeito a subscrição.
¶ Lembrou o Presidente que, tendo de prosseguir-se na obra da Rua do Bolhão, ficava inutilizada a fonte ali existente, cuja água convinha aproveitar-se, e que só poderia aproveitar-se para a praça que está em projeto fazer-se ali próxima. Assim se decidiu.
¶ Deliberou-se mandar fazer anúncios para se arrematar o material da casa da Batalha, no dia 8 do corrente, com a obrigação de ser a demolição feita pelo arrematante, e bem assim a demolição do extinto Recolhimento do Anjo.
1850-01-24
Ofício devolvendo o processo preparatório para o aforamento de terreno público no Largo da Ribeira, requerido à Câmara por Joaquim Dias da Cunha e cujo aforamento foi autorizado por Acórdão do Conselho de Distrito de 7 do corrente, exarado no mesmo processo.
¶ Ofício do Presidente da Relação, pedindo esclarecimentos relativos às águas pertencentes hoje à Fazenda Nacional pela extinção do Recolhimento do Anjo e do Hospício de S. Bento da Vitória. Ficou dependente de averiguações, para se poderem prestar os esclarecimentos pedidos.
¶ Oficiou-se novamente a José Pereira Guimarães, "tesoureiro que foi do Concelho", para fazer entrega da quantia que em seu poder tivesse, proveniente de depósitos de obras de particulares, atendendo a que, até agora, não havia dado cumprimento ao ofício que a este respeito lhe fora dirigido.
¶ Foi reconsiderada a planta da escadaria da Praça do Bolhão, já adotada pelas Câmaras transatas, optando-se pela planta de rampa, em lugar de escadaria, a qual foi aprovada, em atenção à melhor conveniência pública e servidão da mesma praça.